O objetivo de um agricultor é aumentar a produtividade com o menor custo de produção. A agricultura de precisão é uma das maneiras de atingir este objetivo, por meio de estratégias que identificam e tratam a desuniformidade da lavoura. Existem diversas maneiras de identificar as manchas no talhão: através de mapas de produtividade, imagens de satélite, drones, amostragens de solo, entre outros recursos.
O mapa de produtividade é a informação mais completa para identificar a variabilidade espacial e pode tornar-se mais popular entre os produtores, à medida que as empresas facilitarem a visualização e a interpretação desses mapas.
Mapa de Produtividade: o que é e como é obtido
O mapa de produtividade é composto por pontos que representam uma parcela colhida. Esse dado é obtido através de sensores presentes nas colheitadeiras, que medem o fluxo de entrada de grãos de acordo com a largura da plataforma de colheita e a distância percorrida por ela em um espaço de tempo (1-3 segundos). Esses dados são armazenados nos computadores de bordo e, posteriormente, podem ser visualizados em plataformas do próprio fabricante ou de terceiros.
Atualmente, existem dispositivos que permitem o acompanhamento da colheita a partir do escritório e em tempo real. Para garantir a confiabilidade da informação, é preciso que a máquina esteja devidamente calibrada antes de iniciar a colheita e que o resultado obtido seja processado, para filtragem de pontos incoerentes.
Veja um exemplo de mapa de produtividade com os dados brutos (A), filtrados (B) e interpolados (C).
Vantagens e desafios dos mapas de produtividade
O maior benefício do mapa de produtividade é entender o comportamento de produção dentro de um talhão e, a partir disso, investigar as causas de baixas produtividades. As mais comuns estão relacionadas à fertilidade do solo, compactação do solo e ataque de pragas, doenças e daninhas.
Além disso, os mapas também podem ser utilizados nas recomendações de adubação, levando em consideração a exportação dos nutrientes. Por exemplo, em locais onde a produtividade foi maior, também foram extraídos mais nutrientes do solo, portanto, precisarão de maior reposição por meio da adubação. Isso torna a alocação de insumos mais inteligente e assertiva.
Ao longo dos anos, alguns padrões de alta e baixa produtividades se repetem e esses mapas podem ser utilizados para delimitar áreas com comportamentos de produtividade parecidos, conhecidas como zonas de manejo. Cada zona de manejo receberá um tratamento diferenciado, de acordo com o potencial de produtividade.
Infelizmente, os mapas de produtividade ainda são subutilizados pelos produtores, por falta de conhecimento sobre o potencial desse tipo de informação e, principalmente, pela dificuldade de uso. Os formatos de exportação dos dados variam de acordo com o fabricante e é preciso ter muito cuidado na junção dos pontos de diferentes maquinários.
É evidente que os mapas de produtividade são extremamente importantes e podem ajudar a resolver uma série de problemas nas fazendas, mas o uso correto depende da dedicação de todos os envolvidos no processo, de fabricantes a produtores e consultores.
Na APagri, nosso time de consultores está alinhado para realizar, compreender e esclarecer sobre os benefícios dos mapas de produtividade aos produtores rurais. É só entrar em contato com o consultor da sua região!
Mariele Cristina Rosa é engenheira agrônoma e analista de suporte técnico da APagri – MG/GO.