Influência das condições climáticas na produção agrícola – Parte I

Na agricultura, é importante avaliar as condições climáticas como elementos-chave para a obtenção de resultados positivos. Conhecer e gerar um histórico durante as safras é fundamental para eventuais ajustes no manejo do solo, como adubação e tratamentos fitossanitários.

Clima pode ser definido como a interação das condições atmosféricas com os organismos vivos, sendo que a atmosfera é um gás que pode se modificar muito rapidamente em um curto espaço de tempo. Temperatura, chuva, umidade do ar, velocidade do vento e intensidade da radiação solar são as condições que podem ser medidas e quantificadas.

A importância de verificar as condições climáticas a que a agricultura está submetida não se limita à simples observação do tempo, mas de um estudo adequado para promover melhores resultados. Por isso, a APagri desenvolveu e utiliza a ferramenta digital APagri Monitora, uma alternativa eficaz para a tomada de decisões de manejo na lavoura.

 APagri Monitora: aferição das condições climáticas

Para observar com mais clareza e precisão as condições climáticas e seus efeitos na agricultura, a APagri desenvolveu sua plataforma digital exclusiva, que possibilita calcular o impacto climático na produção agrícola. A ferramenta APagri Monitora permite realizar um trabalho mais abrangente e eficiente na identificação e manejo dos problemas na lavoura.

Como auxiliar no monitoramento agrícola, incluindo as intempéries, o sistema contempla ainda o aplicativo APagri Monitora CD, que facilita a operacionalização de todas as etapas da lavoura com base na geração e observação contínua de dados da cultura, na visualização de contornos das áreas e informações sobre semeadura, produtividade, registro do volume de chuvas em pluviômetros, navegação sobre camadas de interesse e até pontos de investigação para amostragens ou avaliação de problemas.

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Condições climáticas: importância da avaliação

É necessário reconhecer as condições climáticas a que estamos submetidos na atividade agrícola. Entre os fatores climáticos aos quais devemos dar importância, os principais são temperatura, radiação solar, ventos e chuvas, sendo esta última o principal fator de impacto no nível de produtividade das culturas.

A chuva promove uma condição determinante, porque a agricultura brasileira é praticada, principalmente, em condição de sequeiro. Nos períodos de escassez ou com volumes de chuvas mal distribuídos podem ocorrer safras com limitação de produtividade ou até mesmo quebra significativa de produção.

Nas condições de sequeiro, a chuva é o fator que define o teto produtivo de uma lavoura e o manejo de solo deve se encaixar na relação com o clima para aproveitar melhor a água disponível, uma vez que a presença de água no solo é que vai determinar a absorção de nutrientes pelas plantas.

A chuva também influencia muito o teor de umidade do ar, sendo esse um fator relacionado à presença e controle de patógenos, considerando que a maioria dos fungos depende da umidade do ar para se instalar e colonizar o hospedeiro.

Fatores climáticos

Um dos fatores ambientais de maior importância e influência sobre as culturas é a radiação solar, que no Brasil não é um fator limitante em função de sua posição geográfica, assegurando um alto potencial produtivo na maioria das regiões agrícolas.

Outro fator climático de grande influência na agricultura é a temperatura, consequência direta da radiação solar e que controla diversos processos fisiológicos na planta, como taxa de respiração e reações metabólicas. Em locais onde a temperatura é mais alta, esses processos são mais rápidos e o ciclo das culturas tende a encurtar. Tecnicamente, associamos isso ao conceito de graus-dias.

Algumas consequências das temperaturas dominantes em grande parte do Brasil, são a possibilidade de realizar duas safras/ano e a ausência de geadas na maior parte das regiões produtoras.

O fotoperíodo é mais um fator climático que pode gerar impactos na agricultura, por estar diretamente relacionado com a radiação solar. Nas regiões tropicais mais próximas à linha do Equador, o fotoperíodo é mais estável em torno de 12 horas durante o ano todo, enquanto nas regiões mais distantes ocorrem variações maiores no fotoperíodo durante o inverno e o verão.

Na região sul do Brasil, o fotoperíodo pode variar de 10 a 14 horas e isso é muito importante para as culturas mais sensíveis, pois algumas culturas são induzidas ao florescimento quando o fotoperíodo for menor que fotoperíodo crítico. Isso também pode acontecer em regiões mais próximas ao Equador em função da época de plantio muito antecipada ou atrasada.

Esta sensibilidade é variável entre as espécies e até entre as variedades da mesma espécie. O melhoramento genético com o controle da sensibilidade ao fotoperíodo foi o que permitiu produzir soja em praticamente todo o território nacional. Mesmo assim, o plantio deve obedecer a uma janela ideal e pode influenciar muito o ciclo dessa cultura.

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É preciso destacar também o vento como uma condição climática que pode interferir na produção agrícola. Ele influencia na umidade do ar e no controle da perda de umidade pelas culturas. Normalmente, a atmosfera é mais seca que o interior das células da planta e, como consequência, retira a umidade da superfície das folhas. Nas regiões onde os ventos são intensos e/ou frequentes, a demanda transpiratória das culturas aumenta, podendo, em condições extremas, causar um estresse hídrico, mesmo com alta umidade no solo.

Evapotranspiração nada mais é do que a passagem da água que está dentro da cultura no estado líquido para a atmosfera no estado de vapor, quantificada em mm/m2 ou l/m2. No caso da soja, essa cultura necessita 450 a 800 mm/ciclo (Santos et al., 2017). Esse balanço é fundamental porque a quantidade de água que entra no sistema solo-planta pelas chuvas deve ser, no mínimo, igual à evapotranspiração.

Quando a evapotranspiração é maior que a reserva de água do solo, a planta fecha os estômatos para se proteger da perda excessiva de água e, nessas condições, dependendo da fase do ciclo e a duração do estresse a que a cultura ficou submetida, podem ocorrer perdas significativas no potencial produtivo das culturas.

A APagri oferece soluções agronômicas eficientes para diferentes possibilidades de trabalho no campo e a ferramenta digital APagri Monitora é uma dessas soluções auxiliares que entregam resultados para o produtor rural. Estamos em todo o Brasil e na Colômbia – para onde ampliamos recentemente nosso campo de atuação, mantendo uma comunicação cada vez mais próxima do produtor rural, agora também em solos internacionais.

Confira a parte II desse artigo aqui!

O engenheiro agrônomo Nelson Henrique Dall’Acqua é consultor técnico da APagri nos estados de Goiás e Mato Grosso.

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Engenheiro Agrônomo pela Esalq/ USP (2004), especializado em Agricultura de Precisão, área em que atua como consultor agronômico há 17 anos, com foco em produção de grãos e fornecedores de cana-de-açúcar na região de Assis/SP, além de gestor agronômico no Estado do Mato Grosso, com trabalhos desenvolvidos nos Estados de GO, MA, RO, MG, MS, PR e no Paraguai. Possui conhecimento técnico sobre propriedades rurais norte-americanas usuárias de Agricultura de Precisão, usina de cana-de-açúcar na Flórida (US Sugar Corporation) e CASE Máquinas Agrícolas. Conta com participações em feiras agropecuária, como a Farm Progress Show (Estados Unidos), simpósios nacionais de cultura do milho, feijão irrigado, soja, cana-de-açúcar, plantio direto e integração de lavoura pecuária. Palestrante em eventos agronômicos, universitários, de colégios técnicos e treinamentos em empresas agrícolas.

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Professor Sênior em Adubos, Adubação e Fertilidade do Solo/ USP
Professor Sênior em Adubos, Adubação e Fertilidade do Solo; aulas na disciplina Adubos e Adubação em graduação e pós-graduação na ESALQ/USP; Especialização e MBA. Sócio-proprietário da Vittagro Engenharia, especializada em consultoria, treinamento e projetos técnico-científicos nas áreas de fertilidade e manejo de solos, práticas corretivas (calagem, gessagem e fosfatagem), práticas conservacionistas (plantas de cobertura, rotação de culturas), fertilizantes minerais, orgânicos, compostagem, adubação e nutrição de plantas. Projetos de pesquisa e assessoria na área de plantio direto na cultura de grãos, cana-de-açúcar, pastagem, café, citros e algodão. Publicou 15 livros em nutrição vegetal, fertilizantes e fertilidade do solo; 27 capítulos de livros; boletins técnicos e participação em mais de 200 eventos de capacitação; palestras no Brasil e exterior (África do Sul, Marrocos, Estados Unidos, Noruega, Bolívia, Uruguai, Argentina, Equador, França, Peru, Chile, Espanha, México, Belize, República Dominicana, China, Turquia, Austrália, Costa Rica, Guatemala, Angola, Canadá, entre outros países). Coordenador nacional e internacional há 30 anos do Programa de Análises de Tecido Vegetal e fundador do Grupo de Apoio à Pesquisa e Extensão (GAPE). Medalha Fernando Costa na modalidade Ensino (2018).

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Consultor técnico com foco em estratégias de Sistemas de Produção, Fertilidade do Solo e Agricultura de Precisão
Engenheiro agrônomo pela Esalq/USP (1993), com MBA em Gestão Empresarial FIA/USP/(2001) e especialização em Manejo do Solo ESALQ /USP(2004), é considerado referência profissional em adubação e correção no Cerrado para as culturas de soja, milho, feijão e algodão. Consultor técnico com foco em estratégias de Sistemas de Produção, Fertilidade do Solo e Agricultura de Precisão, voltado a orientar o produtor para otimização do potencial produtivo com essência em maximização de margem de lucro e minimização de riscos. Atende com serviços, assessoria e suporte a produtores em todo o Brasil e histórico de atuação em países como Austrália, Paraguai e Colômbia. CEO e sócio-fundador da APagri Soluções Agronômicas.