Semeadura em Taxa Variável: alternativa à rentabilidade na lavoura

Mais do que a aplicação de tratamentos que variam de local para local, a Agricultura de Precisão é uma abordagem estratégica para solução de problemas causados pela variabilidade espacial das lavouras. Tirando proveito dessas desuniformidades, a Semeadura em Taxa Variável (STV) pode corresponder mais de perto ao potencial de produção na área, proporcionando aumento de rentabilidade em toda a propriedade.

As taxas de semeadura ou população são definidas como o número de plantas, tendo um papel importante no rendimento de uma lavoura. Pequenas variações na densidade de plantas têm grande influência no rendimento final da cultura.

Semeadura em Taxa Variável e a população ideal de plantas

A população de plantas considerada ideal é aquela que permite o maior rendimento de grãos por área, sendo que para cada sistema de produção existe uma população ótima que maximiza o rendimento. Como exemplo, o milho é a gramínea mais sensível à variação na densidade de plantas.

O comportamento de produtividade tem correlação positiva e crescente quando associado à população até um nível máximo denominado de ponto crítico. Acima dessa população, a redução da produção de cada planta – devido à competição entre elas – é igual ou maior que o ganho proporcionado pelo maior número de plantas na área.

A determinação da população ideal para realizar a semeadura em taxa variável depende dos seguintes fatores:

  • Características do híbrido ou variedade
  • Solo
  • Clima
  • Histórico de produtividade
  • Fatores econômicos.

Uma vez que algum desses fatores é espacialmente variável, é de se esperar que a população que proporciona a máxima produção por unidade de área também apresente variação dentro de um talhão, gerando uma oportunidade para aplicação dos conceitos e ferramentas da Agricultura de Precisão.

A população ideal também depende da interação entre as características dos híbridos ou variedades e do ambiente. Alguns materiais genéticos apresentam potencial produtivo muito elevado, mas que só são expressos em condições ambientais amplamente favoráveis, enquanto outros apresentam menor teto produtivo, mas são estáveis e capazes de manter o nível de produtividade mesmo em condições adversas.

Existem ainda cultivares muito responsivos ao ajuste de população ou STV, enquanto que outros possuem mecanismos de compensação, de modo que a planta autorregula os fatores de produção de acordo com a oferta ambiental.

Agricultura de precisão

Com as tecnologias em Agricultura de Precisão é possível manejar a variabilidade das áreas de produção em níveis de escala menor que a empregada no passado. As semeadoras podem ser munidas com equipamentos para variar a quantidade de sementes, com a possibilidade de alterar no campo a população de plantas de acordo com as necessidades, como tipo de solo, cultivares etc.

Dentre os fatores de solo responsáveis pela variação na produção, muitos estão relacionados à capacidade de armazenamento de água (CAD) e aos condicionantes desta característica, como textura e MOS. Em solos com menor CAD, as plantas são mais suscetíveis ao déficit hídrico. Solos arenosos apresentam baixos teores de matéria orgânica e, consequentemente, baixa capacidade de retenção de água e nutrientes, o que pode ser limitante em condição de restrição hídrica.

As propriedades do solo devem ser mensuradas e espacializadas para determinar o potencial de propriedade das diferentes regiões de um talhão, auxiliando na tomada de decisões. Ao identificar as variáveis de solo que estão relacionadas à variabilidade produtiva, é possível determinar áreas de alto e baixo potencial produtivo.

STV em campo

Resultados de pesquisas mostram que a semeadura em taxa variável permitiu otimizar a população de plantas de milho com incrementos de produtividade. Em áreas de baixo desempenho, é recomendada a redução nas taxas de semeadura em relação à população padrão, assim como, o contrário, também pode ser verdadeiro para ganhos de produtividade em áreas de maior desempenho, aumentando a população em relação ao padrão. Os principais componentes da produtividade de milho (número de espigas, grãos por espiga e peso de grãos) são afetados de maneira distinta quando a população de plantas é alterada.

Muitas das vezes os produtores já possuem informações de atributos de solo e planta para tornar viável a operação de semeadura em taxa variável e os dados desses atributos devem ser utilizados para determinar a população ótima em cada ponto do talhão.

Embora ainda seja difícil a escolha sobre qual a estratégia ideal para tratar a variabilidade e quais os parâmetros mais adequados para orientar uma intervenção localizada, é possível sugerir estratégias com boas perspectivas de incremento na rentabilidade. Sobretudo, havendo variação nos atributos de solo – como textura, estrutura, umidade e compactação ao longo do talhão -, é plausível variar a população de plantas.

A fim de utilizar-se os conceitos de Agricultura de Precisão para tirar proveito da variabilidade espacial da textura do solo, com o uso de semeadura em taxa variável na cultura da soja e milho, todos esses fatores devem ser levados em consideração.

Uma avaliação customizada, que considere todos os quesitos necessários para que o produtor possa ampliar a eficiência no manejo diferenciado de áreas agrícolas é parte do processo tecnológico que a Agricultura de Precisão utiliza. Não consiste simplesmente em aplicar tratamentos que variam de local para local, mas na habilidade de monitorar e acessar as atividades agrícolas precisamente em um nível local.

A APagri tem a Agricultura de Precisão no nome e a semeadura em taxa variável é uma de nossas expertises. Estamos à disposição.

 

Davi G. A. Besson é engenheiro agrônomo

e consultor técnico da APagri

na região de Nova Mutum-MT

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Mato Grosso – Agronômico Vale do Araguaia
Área atendida em hectares: 8633,9

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Área atendida em hectares: 2613,0

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Área atendida em hectares: 2613,0

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Consultor técnico com foco em estratégias de Sistemas de Produção, Fertilidade do Solo e Agricultura de Precisão
Engenheiro agrônomo pela Esalq/USP (1993), com MBA em Gestão Empresarial FIA/USP/(2001) e especialização em Manejo do Solo ESALQ /USP(2004), é considerado referência profissional em adubação e correção no Cerrado para as culturas de soja, milho, feijão e algodão. Consultor técnico com foco em estratégias de Sistemas de Produção, Fertilidade do Solo e Agricultura de Precisão, voltado a orientar o produtor para otimização do potencial produtivo com essência em maximização de margem de lucro e minimização de riscos. Atende com serviços, assessoria e suporte a produtores em todo o Brasil e histórico de atuação em países como Austrália, Paraguai e Colômbia. CEO e sócio-fundador da APagri Soluções Agronômicas.