Ubersolo recebe capacitação da Embrapa para BioAS

A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) vem capacitando e qualificando laboratórios de análises agrícolas para aplicação da BioAS (BioAnálise do Solo), sua mais moderna técnica de bioanálise de solos, lançada no mercado em 2020. Nosso laboratório Ubersolo Análises Agrícolas participou dos treinamentos, realizados a partir de um programa interlaboratorial monitorado pela própria Embrapa, com a finalidade de garantir uma rede nacional de laboratórios que consigam atender à demanda de análises.

A BioAS se apresenta como uma ferramenta de validação eficiente para uma agricultura sustentável. Sistemas agrícolas sustentáveis têm, como principal característica, a ação de processos que resultam na formação e no incremento de matéria orgânica no solo a partir do sequestro de carbono da atmosfera.

Pesquisas apresentaram uma correlação entre teor de matéria orgânica e aumento de produtividade em sistemas agrícolas sustentáveis. Porém, nem sempre as alterações nas propriedades químicas, em particular nos teores de matéria orgânica nos solos, são capazes de identificar as modificações que ocorrem nele em função da adoção de sistemas conservacionistas ou degradadores de sua qualidade.

Com base nesta demanda mundial e sempre na vanguarda, a Embrapa desenvolveu a tecnologia BioAS através de estudos da pesquisadora Ieda de Carvalho Mendes, da Embrapa Cerrados, com o objetivo de avaliar e monitorar a qualidade e a saúde dos solos agrícolas. É uma tecnologia que agrega o componente biológico às análises de rotina de solos. Consiste na análise das enzimas arilsulfatase e betaglicosidase, associadas aos ciclos do enxofre e do carbono, respectivamente. As duas enzimas selecionadas são altamente correlacionadas com o rendimento de grãos e com a matéria orgânica do solo.

De acordo com a pesquisadora da Embrapa Cerrados, foram desenvolvidas tabelas de interpretação dos bioindicadores com base na produtividade de grãos e o teor de matéria orgânica, de acordo com experimentos realizados ao longo dos últimos 20 anos de pesquisa.

A técnica vai permitir ao agricultor saber se o sistema de manejo adotado na propriedade agrícola está promovendo ou não o incremento na qualidade (saúde) do solo ou favorecendo seu adoecimento na área de cultivo das lavouras. Esse aspecto até então passava despercebido nas análises convencionais de química de solo.

Estamos vivendo um momento único na história, marcado por enormes mudanças e um intenso avanço tecnológico em todas as áreas, em especial na agricultura e na área da saúde. Por este motivo, milhões são investidos em pesquisas no combate a doenças. A mesma preocupação vem sendo direcionada aos solos, visto que sustentam toda a vida no planeta e, desta forma, a agricultura deve contar com solos saudáveis para a produção sustentável de alimentos. Neste sentido, é imprescindível termos parâmetros que permitam dimensionar e avaliar a saúde dos solos nos diversos sistemas agrícolas. 

O maior desafio dos profissionais ligados à cadeia do agronegócio é conseguir produzir cada vez mais alimentos em larga escala com eficiência, menor custo, maior lucratividade, sustentabilidade e garantia da preservação dos recursos naturais no planeta para as próximas gerações.

Sabemos que a relação entre manejo e qualidade do solo pode ser avaliada pelo comportamento de indicadores físicos, químicos e biológicos. Assim, as análises laboratoriais físicas e químicas de solo para fins de fertilidade já estão consolidadas nas rotinas dos laboratórios agrícolas. São fundamentais para a quantificação dos nutrientes e parâmetros agronômicos nas áreas agrícolas. A BioAs chega como um método capaz de monitorar a qualidade do solo.

Solo pesquisado

Ao longo dos anos, tem-se observado que solos biologicamente mais ativos também são mais produtivos, resilientes e estáveis diante de situações de estresses edafoclimáticos.

Foto: Ieda de Carvalho Mendes

Muito já foi pesquisado, desenvolvido e validado a respeito de métodos de análises laboratoriais para diagnóstico da fertilidade do solo e manejo de solos agrícolas. Pesquisas e novas tecnologias têm proporcionado a construção de solos mais saudáveis a partir da adoção de sistemas agrícolas sustentáveis e práticas agrícolas, como:

  • Não revolvimento do solo;
  • Uso de plantas de cobertura;
  • Rotação de culturas;
  • Integração entre lavoura-pecuária-florestas.

Maior aporte de resíduos vegetais no solo resulta inicialmente em mais atividade biológica e, com o passar do tempo, mais matéria orgânica, ciclagem de nutrientes, estruturação e agregação do solo. O resultado é mais retenção de água.

Fonte: Adaptado de Hatfield, 2017.

A importância do componente biológico no solo para manutenção de lavouras saudáveis e sustentáveis, que possam fornecer alimentos em quantidade e qualidade para a população mundial crescente, tem sido cada vez mais percebida pelos pesquisadores e produtores.

O componente biológico é a base da saúde do solo. Os microrganismos presentes no solo são responsáveis diretos por seu funcionamento, participando de processos que vão desde sua formação até a decomposição de resíduos orgânicos, resultando na ciclagem dos nutrientes minerais utilizados pelas plantas e responsáveis pela produção de grãos, carnes, fibras, madeira, agroenergia etc.

Novamente, a BioAS chega como uma ferramenta para avaliação e quantificação dos parâmetros biológicos do solo, de forma simplificada e prática, assim como já desenvolvido para macro e micronutrientes, de acordo com tabelas de interpretação e recomendação para adubação a partir de testes de calibração e que, atualmente, servem como guias para agrônomos, produtores e consultores.

A BioAS estará disponível no mercado em duas versões:

  • BioAS Básica: as informações enzimáticas são combinadas com informações sobre a procedência da amostra e a textura (ou teor de argila) do solo, gerando a interpretação da qualidade biológica do solo;
  • BioAS Completa: os dados enzimáticos são combinados com dados de procedência da amostra, dados químicos e o teor de argila ou a textura do solo, resultando na determinação das condições do solo em termos de ciclagem, armazenagem e suprimento de nutrientes, bem como respectivos Índices de qualidade relacionados à biologia, química e ao cálculo do FertBio. Ou seja, a condição biológica e química combinadas do solo.

Coleta ideal

A coleta de solo deve ser efetuada preferencialmente no fim do período chuvoso, após a colheita das culturas, coincidindo com a amostragem para análise química de solo. O fato do solo ainda apresentar umidade facilita a amostragem.

É imprescindível que a profundidade de amostragem seja de 0 a 10 cm, porque esta é a camada diagnóstica.

A nova tecnologia BioAS também envolve o cálculo de Índices de Qualidade de Solo (IQS) com base nas propriedades químicas e biológicas em conjunto. A partir deste índice, é possível avaliar a capacidade do solo em suprir, armazenar e reciclar água, nutrientes e energia.

Trata-se de uma inovação que está alinhada ao objetivo de viabilizar tecnologias que promovam a sustentabilidade das atividades agrícolas com o equilíbrio ambiental. E o Ubersolo, laboratório da APagri, já sai na frente, disponibilizando essa nova ferramenta para ampliar a qualidade dos serviços aos nossos clientes e parceiros.

O engenheiro agrônomo Ailton Júnio Manzi Gama é mestre em Solos e Nutrição de Plantas e diretor do Laboratorio Ubersolo Análises Agrícolas, em Uberlândia-MG.

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Professor Sênior em Adubos, Adubação e Fertilidade do Solo; aulas na disciplina Adubos e Adubação em graduação e pós-graduação na ESALQ/USP; Especialização e MBA. Sócio-proprietário da Vittagro Engenharia, especializada em consultoria, treinamento e projetos técnico-científicos nas áreas de fertilidade e manejo de solos, práticas corretivas (calagem, gessagem e fosfatagem), práticas conservacionistas (plantas de cobertura, rotação de culturas), fertilizantes minerais, orgânicos, compostagem, adubação e nutrição de plantas. Projetos de pesquisa e assessoria na área de plantio direto na cultura de grãos, cana-de-açúcar, pastagem, café, citros e algodão. Publicou 15 livros em nutrição vegetal, fertilizantes e fertilidade do solo; 27 capítulos de livros; boletins técnicos e participação em mais de 200 eventos de capacitação; palestras no Brasil e exterior (África do Sul, Marrocos, Estados Unidos, Noruega, Bolívia, Uruguai, Argentina, Equador, França, Peru, Chile, Espanha, México, Belize, República Dominicana, China, Turquia, Austrália, Costa Rica, Guatemala, Angola, Canadá, entre outros países). Coordenador nacional e internacional há 30 anos do Programa de Análises de Tecido Vegetal e fundador do Grupo de Apoio à Pesquisa e Extensão (GAPE). Medalha Fernando Costa na modalidade Ensino (2018).

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Consultor técnico com foco em estratégias de Sistemas de Produção, Fertilidade do Solo e Agricultura de Precisão
Engenheiro agrônomo pela Esalq/USP (1993), com MBA em Gestão Empresarial FIA/USP/(2001) e especialização em Manejo do Solo ESALQ /USP(2004), é considerado referência profissional em adubação e correção no Cerrado para as culturas de soja, milho, feijão e algodão. Consultor técnico com foco em estratégias de Sistemas de Produção, Fertilidade do Solo e Agricultura de Precisão, voltado a orientar o produtor para otimização do potencial produtivo com essência em maximização de margem de lucro e minimização de riscos. Atende com serviços, assessoria e suporte a produtores em todo o Brasil e histórico de atuação em países como Austrália, Paraguai e Colômbia. CEO e sócio-fundador da APagri Soluções Agronômicas.