Perspectivas para a safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul

É notório que o clima promove intensa interferência na agricultura. Prova disso foram as menores produtividades médias nas lavouras de cana-de-açúcar na safra 2021/22. Falta generalizada de chuvas regulares, geadas e frequentes incêndios se mostraram os principais desafios enfrentados pelo produtor rural, porém, é necessário frisar que, embora ruim em produtividade, a safra foi mais positiva em termos de lucratividade – pelo menos de acordo com o balanço apresentado pelo gestor de projetos João Rosa, do Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (Pecege). 

É importante destacar que a baixa taxa de reformas e a alta dos preços dos insumos reforçaram o tom dramático para aquela que está sendo considerada a “safra das lamentações”.

Principal região produtora de açúcar e etanol do País, o Centro-Sul deverá ter produtividade agrícola da cana-de-açúcar 8,5% maior no ciclo 2022/23, na comparação com a temporada anterior, de acordo com previsão da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). Ainda se paga a conta das adversidades de 2021, cuja produtividade média observada, de 67 toneladas por hectare, foi a menor da série histórica iniciada em 2003. Apesar das previsões indicarem para a safra atual a obtenção de uma média de 73 toneladas por hectare, o valor está bem abaixo do potencial de 85 toneladas por hectare da região.

A nova safra se projeta com custos de produção elevados. É necessário priorizar o manejo, olhando para insumos e processos que estimulem a longevidade e produtividade dos canaviais, além de buscar o aumento do açúcar total recuperável (ATR), segundo o boletim NovaCana.

Ele destaca ainda que a previsão para a safra 22/23 varia entre 540 e 570 milhões de toneladas, máximo de 6% acima da safra anterior, que atingiu quase 522 milhões de toneladas.

Já de acordo com a JOB Economia/Jornal da Cana, a moagem de 22/23 está prevista em 554 milhões de toneladas, a produção de açúcar deve ficar em torno de 32,5 milhões de toneladas e a de etanol de cana entre 24 e 25 bilhões de litros.

Qualidade da produção

Em termos de qualidade, pode haver redução de 140 para 139 quilos por tonelada  do Açúcar Total Recuperável (ATR) da safra 22/23 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil, segundo Lívia Coda, da HedgePoint Global Markets, que ainda estima uma alteração no mix de produção das usinas. A parcela da cana dedicada à produção de açúcar passou de 46% para 44,5% na estimativa da empresa.

Ainda segundo a analista, a estimativa de moagem de cana na próxima temporada foi mantida em 551 milhões de toneladas. Em razão da mudança de mix, a produção esperada de açúcar caiu de 33,8 milhões de toneladas para 32,5 milhões de toneladas. A de etanol anidro subiu de 9,2 bilhões de litros para 9,4 bilhões de litros; e a de hidratado, de 15,3 bilhões de litros para 15,6 bilhões de litros.

Na última semana de março, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizou nos Estados de Minas Gerais e Pernambuco seu 4° Levantamento da Safra 21/22 e 1º Levantamento da Safra 22/23. Minas e Pernambuco estão em momentos bastante distintos em relação à safra 21/22: o primeiro, se preparando para o início; no Nordeste, em seus momentos finais.

Os resultados dos levantamentos da Conab devem ser concluídos e disponibilizados no site da companhia a partir da segunda quinzena de abril, com dados de produção de todo o País. 

Atraso no canavial

Um alerta emitido pelo Pecege informa que o canavial está atrasado em praticamente um mês. No final da segunda quinzena de março já deveríamos ter usinas iniciando sua safra, mas o calendário foi deslocado para a metade final de abril.

Este atraso no desenvolvimento da lavoura permitiu um aumento substancial da ocorrência de ervas daninhas, que mostra-se mais um desafio a ser superado pelos produtores.

Correções

Especialistas em cana, Rafael Otto e Gaspar Korndorfer reforçam a importância das correções com calcário e gesso, entre outras práticas essenciais, visando proporcionar o bom desenvolvimento da lavoura, o bom combate ao estresse hídrico e buscando a longevidade do canavial.

A adoção de estratégias localizadas de gestão da lavoura, que busquem aumentar a eficiência do uso dos insumos, mostra-se muito importantes na situação atual de aumento substancial dos custos dos fertilizantes.

A APagri disponibiliza o serviço de Gestão de Fertilidade do Solo, onde as correções e adubações são posicionadas de acordo com a variabilidade da lavoura e com os resultados das análises de solo obtidas em nosso laboratório Ubersolo, que também faz análises de compostos como cama de frango e esterco de galinha, dentre outros.

Norwaldo Mello é engenheiro agrônomo e consultor da APagri na região de Uberaba-MG

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Doutor em Ciências pela USP (2011), com ênfase na área de concentração de irrigação e drenagem, e engenheiro agrônomo pela Esalq/USP (2004), tendo recebido duas menções honrosas em trabalhos científicos e o prêmio Sotreq, por Melhor Desempenho na área de Engenharia. Ao longo de sua vida acadêmica e profissional, desenvolveu atividades relacionadas à Agricultura de Precisão, Geoestatística, Eletrônica e Automação, também com formação técnica em eletroeletrônica, laureado com o prêmio Engenheiro Roberto Mange de Melhor Desempenho (1997). Atuou na Robert Bosch (1996 – 2000) e é diretor de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) da APagri Soluções Agronômicas. Participação em eventos internacionais, nos Estados Unidos e Espanha.

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Professor Sênior em Adubos, Adubação e Fertilidade do Solo; aulas na disciplina Adubos e Adubação em graduação e pós-graduação na ESALQ/USP; Especialização e MBA. Sócio-proprietário da Vittagro Engenharia, especializada em consultoria, treinamento e projetos técnico-científicos nas áreas de fertilidade e manejo de solos, práticas corretivas (calagem, gessagem e fosfatagem), práticas conservacionistas (plantas de cobertura, rotação de culturas), fertilizantes minerais, orgânicos, compostagem, adubação e nutrição de plantas. Projetos de pesquisa e assessoria na área de plantio direto na cultura de grãos, cana-de-açúcar, pastagem, café, citros e algodão. Publicou 15 livros em nutrição vegetal, fertilizantes e fertilidade do solo; 27 capítulos de livros; boletins técnicos e participação em mais de 200 eventos de capacitação; palestras no Brasil e exterior (África do Sul, Marrocos, Estados Unidos, Noruega, Bolívia, Uruguai, Argentina, Equador, França, Peru, Chile, Espanha, México, Belize, República Dominicana, China, Turquia, Austrália, Costa Rica, Guatemala, Angola, Canadá, entre outros países). Coordenador nacional e internacional há 30 anos do Programa de Análises de Tecido Vegetal e fundador do Grupo de Apoio à Pesquisa e Extensão (GAPE). Medalha Fernando Costa na modalidade Ensino (2018).

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Engenheiro Agrícola pela Universidade Federal de Pelotas (RS, 1983), com mestrado em Engenharia Agrícola pela Universidade Estadual de Campinas (SP, 1991) e PhD em Engenharia Agrícola pela University of Nebraska (EUA, 1996). É professor da Universidade de São Paulo (USP), no Departamento de Engenharia de Biossistemas da ESALQ (Piracicaba-SP), desde 1989, onde coordena o Laboratório de Agricultura de Precisão e é pesquisador do CNPq. Atua na interface entre a área de Máquinas Agrícolas e a Agricultura de Precisão, especialmente com sensores de solo e de plantas, variabilidade espacial, mapeamento da produtividade e aplicação localizada de insumos. Coordenou o Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão, de sua criação (2004 a 2018); presidiu a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento desde sua criação (2012 a 2016) e foi presidente da Associação Brasileira de Agricultura de Precisão (AsBraAP), da fundação até 2020.

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Engenheiro agrônomo pela Esalq/USP (1993), com MBA em Gestão Empresarial FIA/USP/(2001) e especialização em Manejo do Solo ESALQ /USP(2004), é considerado referência profissional em adubação e correção no Cerrado para as culturas de soja, milho, feijão e algodão. Consultor técnico com foco em estratégias de Sistemas de Produção, Fertilidade do Solo e Agricultura de Precisão, voltado a orientar o produtor para otimização do potencial produtivo com essência em maximização de margem de lucro e minimização de riscos. Atende com serviços, assessoria e suporte a produtores em todo o Brasil e histórico de atuação em países como Austrália, Paraguai e Colômbia. CEO e sócio-fundador da APagri Soluções Agronômicas.